Você conhece a história de Bethany Hamilton?

27/07/2011 09:51

Jovem havaiana perdeu o braço esquerdo num ataque de tubarão. Um mês depois do acidente estava de volta ao mar e os açorianos podem vê-la no Azores Island Pro, na Ribeira Grande.

 

Bethany Hamilton tem uma história de vida que impressiona, não apenas pelo grave acidente que sofreu na adolescência mas, também, pela capacidade demonstrada em saber lidar com a situação e manter uma atitude positiva perante a vida que um tubarão quase lhe roubou a 31 de Outubro de 2003.

Era mais um dia normal na vida de uma jovem que tinha no surf a sua paixão. Nessa manhã, como em muitas outras, foi para a praia com a amiga Alana Blanchard e o pai e irmão desta. Às primeiras braçadas no mar de Kauai, pelas 7.30 horas de manhã, foi atacada por um tubarão-tigre com cerca de 4,5 metros de comprimento.

A dentada levou-lhe o braço esquerdo e se tivesse sido mordida um pouco mais dentro poderia ter sido um acidente fatal. Perdeu quase sessenta por cento do sangue e só a ajuda dos colegas que a levaram para terra onde recebeu posterior auxílio permitiu que continuasse a lutar pela vida.

Enquanto isso, o pai, Tom Hamilton, estava no Wilcox Memorial Hospital para fazer uma pequena cirurgia a um joelho, intervenção que foi interrompida quando a urgência chegou aos serviços. Ele também já tinha sido surfista, sabia dos perigos e o seu instinto disse-lhe que era a filha que vinha a caminho do hospital.

A primeira fase da recuperação à operação que lhe amputou o braço esquerdo durou sete dias e menos de um mês depois estava de novo no mar a surfar. Sem um braço. O apoio da família foi decisivo para se habituar a uma nova realidade e a maiores dificuldades porque remar e colocar-se em pé na prancha com o auxílio de um só braço não é tarefa fácil.

A perseverança em continuar foi a sua maior motivação e ao longo desta semana podemos vê-la no Azores Island Pro 2010, na Ribeira Grande. A loira havaina de 19 anos tem tanto de timidez como de beleza mas no mar esquece as limitações e sonha conquistar o título mundial para o Hawai que não acontece desde de 1991 quando Marco Oberg se sagrou campeão.

Para trás fica um momento que nunca esquecerá mas que não a limita na ambição. E quando questionada sobre se voltaria a entrar na água sabendo que iria ser mordida, a resposta não deixa de revelar a sua forte mentalidade. «Hum… Não! O que aconteceu foi por vontade de Deus. Muita coisa boa tem acontecido depois daquele que foi um terrível acidente mas tem sido uma jornada espantosa porque continuo a fazer o que gosto, mais do que alguma vez sonhei», revelou.

Crente a Deus, Bethany Hamilton encara a perda de um braço como uma oportunidade para «mostrar que posso continuar a competir como qualquer outra profissional» e que essa é a sua «missão» por continuar viva. Quem a vê na água percebe que está na presença de uma verdadeira guerreira.

 

Fonte: https://ww1.rtp.pt/acores/index.php?article=16555&visual=3&layout=10&tm=9