A BENÇÃO DE NÃO POSSUIR NADA

21/04/2011 12:11

Mt. 5:3

Antes de Deus criar o homem sobre a Terra, primeiro preparou tudo para ele, criando inúmeras coisas úteis e agradáveis para seu sustento e deleite. Foram feitas para serem utilizadas pelo homem, mas deviam sempre ser exteriores ao homem. Isso porque no centro do coração do homem havia um santuário somente para Deus, e fora, milhares de dons que o Senhor preparara para o homem.

Porem, o pecado trouxe complicações e transformou esses dons em ruína para a alma.

Nosso problema começou quando o homem forçou Deus a sair do seu santuário central, e deu permissão as “coisas” de ali penetrar. Uma vez dentro do coração, essas “coisas” passaram a imperar.

Depois disto, o homem não mais goza de paz em seu coração, pois Deus não se acha mais entronizado ali.

Agora, dentro do homem há um coração cuja natureza é sempre possuir, e ambicionar “coisas” com desejo feroz.

As raízes do nosso coração penetram fundo nas coisas e não ousamos arrancar nenhuma delas.

As “coisas” se tornaram necessárias para nós, de uma maneira que nunca foi a intenção de Deus.

Dentro de cada um de nós existe um inimigo que toleramos, e que nos faz correr perigo.

Jesus chamou de “vida” em Mt. 16:24-25, e em nossos dias podemos chamar de “ego”.

A principal característica é o sentimento de desejo de posse. Permitir que esse inimigo viva em nós, leva-nos a perder tudo.

Em nossa caminhada de conhecimento intimo de Cristo, é necessária a renuncia a muitas coisas.

Os “humildes de espírito” são aqueles que rejeitaram as coisas materiais. Que não são mais escravos das coisas.

Abraão e Isaque nos mostram um exemplo disso:

Abraão já era idoso quando Isaque nasceu. Poderia ser seu avô. No momento em que Abraão pegou seu filho do colo pela primeira vez, Isaque tornou-se o ídolo de Abraão, porque aquela criança representava tudo o que era mais sagrado para Abraão: as promessas de Deus.

Gn. 22:2 – Antes que esse amor chegasse a um limite perigoso, Deus resolveu interferir e ensinar uma lição aquela família, que serve para nós até os dias de hoje.

Pode imaginar a noite anterior ao sacrifício? Se ele pudesse morrer no lugar de seu filho...

Como Abraão se lembrava da promessa de Deus naquele momento...

Gn. 21:12

Abraão resolveu obedecer. Levantou-se de madrugada e saiu com seu filho em direção ao monte que Deus indicara.

Deus permitiu que aquele homem prosseguisse com o plano até o ponto que não retrocederia mais, ai impediu-o de tocar no filho.

Deus não tinha a intenção de matar o garoto, mas de removê-lo do santuário do coração de Abraão, para que Deus pudesse reinar.

Gn. 22:16-18

Abraão tornou-se enfim, uma pessoa totalmente rendida ao Senhor, obediente. Concentrara tudo em Isaque, e Deus o tomou dele.

Deus podia ter começado a mudar Abraão do exterior, mas preferiu atingir diretamente o coração.

Abraão passou a não possuir nada. Porem tornou-se muito rico. Tinha tudo como antes: ovelhas, camelos, rebanhos, esposa, Isaque, mas nada possuía.

Este é um segredo que só pode ser aprendido na escola da renuncia.

As “coisas” haviam sido expulsas do coração dele pra sempre. Todos diziam “Abraão é rico”, mas na realidade, ele sabia que não possuía nada.

Às vezes temos medo de entregar ao Senhor nosso Isaque, mas é porque esquecemos que Jesus não veio para destruir, mas para salvar.

Tudo que for entregue a Ele esta em segurança.

Precisamos viver as experiências de Abraão se desejamos conhecer as bênçãos que as seguiram.

O velho homem não se renderá apenas ao nosso desejo, ele deverá ser arrancado de nós através de uma determinação igual à de Abraão naquela noite que antecedeu o sacrifício.

Se estamos resolvidos a conhecer a Deus, seremos submetidos a um teste, muitas vezes sem saber que estamos sendo provados.

Nesse teste não teremos dezenas de opções, somente uma: OBEDECER.